domingo, 17 de outubro de 2010

Dois minutos para meia noite


Cinco minutos atrás eu nem estava lembrando que tinha um blog, nem passava pela minha cabeça postar. Mas é impressionante como em um espaço tão curto de tempo a cabeça da gente pode mudar, como muitas coisas podem acontecer. Me assusta que, quando a gente percebe que nosso tempo é tão curto, a gente passe a dar um valor completamente diferente a tudo, querendo fazer algumas coisas e desfazer outras. Ou seja, quer aprender a viver denovo.

Sabe, já tem um tempo que tenho me sentido assim, pressionado, não só pelo vestibular e pela cobrança dos meus pais, na verdade, se fosse apenas isso eu provavelmente nem estaria escrevendo aqui agora, mas por anseios da alma. Experiencias que eu gostaria de reviver e reconstruir. Oportunidades que reviveria se pudesse, e erros que sonho um dia poder esquecer.

Isso me faz pensar, se eu tivesse acertado, se não quisesse mudar nada, se tivesse aproveitado oportunidades, o que seria de mim? Não estaria aqui questionando, batalhando por resoluções, tentando entender o propósito desse teatro da vida. Estaria estagnado, apenas sobrevivendo sem viver, escrevendo sem sentir, pensando sem sonhar. Seria melhor então voltar atrás e reescrever minha própria história ou lutar no hoje pelos sonhos de amanhã?

O que aprendi não vou esquecer, pessoas me ensinaram muitas lições sobre a vida, algumas simples, outras nem tanto. E tendo essas pessoas boas ou más intenções eu as agradeço. É do que me disseram que tiro minha filosofia, é pela importância deles na minha vida que guio minhas emoções. Às pessoas que me fizeram bem agradeço por terem me ajudado a suportar. Às pessoas que me fizeram mal sou muito grato pela experiência e pelos aprendizados que fui obrigado a absorver.

Agora o ano está finalmente acabando. Mas esse, pelo menos pra mim, não é só um ano qualquer. É um ano decisivo, um ano que vai mudar minha vida pra sempre. Não só por escolher o que serei pelo resto da vida, mas por ter que me despedir de pessoas que me construiram, que me fizeram ser o que sou hoje. Ter que me despedir de pessoas que fazem não só parte da minha vida, mas parte do meu ser. De alguns eu nem sentirei falta, não fará diferença me despedir de quem não se importa, de quem só se lembra que eu existo quando quer algo que eu tenho. O que me parte o coração é ter que me despedir de pessoas que eu amo. Dar adeus as pessoas que eu não esquecerei nem em uma eterninade. Não vou citar nomes, mas quem me conhece sabe de quem eu estou falando. Pra ser mais objetivo, tenho medo de ser empurrado a um beco sem saída e ter que me despedir da garota que encontrei pra ser a mulher da minha vida.

Sei o que devem estar pensando: "Ahh, é mais baboseira sobre amores adolescentes que passam como vem". Mas não é. É algo que me impulsiona, que me faz sonhar. O que mais me constrói como ser humano. Já vivi alguns romances, algumas decepções, sei então o que não é real. Mas isto que estou vivendo, esse turbilhão emocional que perdura a mais de dois anos, sentimentos mais puros do que eu algum dia poderia imaginar, este misto maravilhoso de realidade com sonho(esteja eu acordado eu não) é o que me faz prosseguir, e nunca tive tanta certeza: É este amor que me faz vivo e feliz. É nele que me inspiro para escrever textos, poesias, fazer desenhos, sonhar e mover a roda da minha fértil imaginação. E é a essa pessoa que devo agradecer pelo dom que me foi por ela concedido de amar a vida, tanto alheia quanto a minha própria.

Não sei porque estou tão preocupado, a probabilidade de me separar dessa pessoa não é grande, na verdade, de acordo com espectativas ela se torna insignificante, e mesmo no caso de uma distância forçada pelo destino, esta poderá ser vencida com facilidade sempre que houver tempo. Mas mesmo ínfima, essa oportunidade pra mim se torna angustiante e torturante.

Agradeço aos meus leitores, mesmo aos que não tiverem entendido estes recados, por sua gentil atenção. Agradeço a essa pessoa em especial. Você sabe que meu coração foi seu no momento em que te conheci e sempre será, não importa o que a vida venha a me trazer. Por construir meus sonhos e moldar minha alma, eu agradeço.

Nós só damos valor ao que realmente importa quando já perdemos ou nos deparamos com situações em que podemos perder. Se não fosse pelo fim, o meio seria esquecido. Temos o péssimo hábito de disperdiçar o que temos só para desejar novamente quando perdemos. Por isso me arrependo, por isso agradeço.

Se o tempo não acabasse, não teria nenhum valor.

3 comentários:

m.c disse...

você me inspirou a escrever, flw vlw.
nunca pare, Gu. nunca.

saam. disse...

Parabéns amor, eu nem soube direito o que comentar, acho que é porque você falou de mim ali. *-*
Muito obrigado e continue sempre emocionando as pessoas com esse seu jeito, seu post ficou perfeito gu. =)
amo <3

Loki disse...

No fim das contas, acho que me sinto um pouco como você. Força ai XD